segunda-feira, 6 de setembro de 2010

São nomes de pessoas...

Palito Augusto de Fósforo
Diesel
Mesa
Prego
Razão
Raiva
Jotamo
Castigo
Sabão
Sabonete
Alface
Primeiro
Escrivão
Premildo
Derrepente
Zefenias
Almoço
Coragem
Lote
Sozinho
Sábado


São todos nomes próprios, de pessoas que eu mesma vi ou convivi - é verdade!
Este fato se dá, ou deu-se, quando da chegada dos portugueses e instituição de uma nova ordem que proibia os nativos de registrarem seus filhos com os nomes de origem tribal, como de costume anteriormente. Estes então, sem opção, faziam menção de registrá-los por alcunhas lusitanas - Manuel, Joaquim... E eram igualmente proibidos, afinal, era nomes reservados aos exemplares da nobreza. Sem chance e tempo pra pensar, com fome, humilhados e sem estímulo á reflexão, eram convidados a carregar consigo os papéis cujos nomes registrados eram dados pelos próprios oficiais da época - nomes de objetos, nomes de coisas, de sentimento... E com o passar do tempo, tendo vizinhos, amigos, parentes de toda a ordem com esses nomes, tornava-se comum e motivo de cópia entre gerações, motivo pelo qual multiplicaram-se a rodo os "raivas", "lotes", "castigos", "pregos", virando parte da cultura.

Hoje, porém, escasseam-se os casos na medida em que já são livres, ou, mais livres, pra decidir entre um maior rol.

Como sobrenomes, comum as mesmas situações não menos escondidas uma vez que aqui, o apelido, ou sobrenome é praticamente o nome próprio das pessoas, formalmente chamadas por este na maior parte das vezes.

Novela
Suaterra
Lição
Machoco
Conde
Cadeado
Luta
Prisão
Madrugada

E uma infinidade de outros tantos que não desmerecem ou diminuem em nada quem os carrega, pelo contrário, denota apenas forte ou tímida proximidade com um tempo de características muito próprias que é visto agora, pelo retrovisor...