sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Utilidade pública - O que trazer para Tete vindo do Brasil?

Outro dia a esposa de um colega que virá para Tete em pouco tempo me escreveu perguntando sobre o que trazer na sua vinda e citou itens de higiene pessoal, limpeza e até alimentícios nas suas preocupações.

Isso me acendeu uma luzinha sobre um bom post para o blog que também tem este cunho - ajudar pessoas interessadas em vir para esta terra a saberem como as coisas funcionam por aqui.

E a frase célebre de um amigo virou o melhor jargão do ano para traduzir Tete. No final do ano passado, numa conversa informal sobre a insegurança aumentando na cidade, fruto do progresso que se instala e atrai muito mais pessoas do que o lugar consegue absorver, e, sério, disparou - amigos, prestem atenção - Em 2011, Tete não será mais a mesma cidade que vimos em 2010!

Pra quê! Caímos na risada porque estávamos no final do ano e de fato, os dias passam, nada permanece inalterado. Atualíssima a colocação para ilustrar o tema angústia da Dani em seu email. Encontra-se shampoo, sabonetes, artigos de limpeza, extrato de tomate?

Encontramos SIM, graças a Deus e ao felling de alguns poucos empresários que vão se atentando às nossas incansáveis reclamações. Mas, uma coisa é verdade. Mesmo marcas conhecidas mundialmente como o famoso refrigerante da latinha vermelha, aqui tem gosto diferente. Como este, outros produtos também não são iguais, muito menos das marcas que apreciamos no Brasil querido.

Existem coisas boas, outras nem tanto! Preços, alguns exorbitantemente maiores do que no Brasil e outros, curiosamente mais baixos.

Desodorante mesmo, outro dia encontrei da marca que gosto de usar 50% mais barato do que comprava no Brasil, pensei em fazer o caminho inverso, hahaha, ao invés de vir com a mala cheia, levar daqui! Brincadeira!

Claro! Quando falo que é possível encontrar gêneros similares ou que suprem bem as necessidades que temos, é importante levar em conta o meu quase 1 ano de África que me deixa com o lombo acostumado. Aprendi a fazer muitas concessões, aprendi a tolerar muitas coisas e o minha linha de corte entre bom e ruim foi sensivelmente alterada da chegada até os dias de hoje. E é com esse olhar que transmito aqui a minha impressão de que a Tete de hoje nos oferta mais opções do que nos nossos primeiros dias.

Entretanto, é sempre válido o alerta: Se chegar no talho (açougue) e tiver filé, compre todos quantos conseguir pagar, carregar e armazenar, claro, se você tiver gerador em casa - não faça como eu que comprei e perdi tudo na falta de energia, tóin! Mas compre bastante, porque, com certeza absoluta, você irá passar mais vezes pelo mesmo talho e não encontrará o corte. Isso vale para o tal desodorante, para o refrigerante zero, para o milho em conserva, a marca de sardinha que você gostou, o queijo, iogurte, e, pasme, até para a berinjela da feira. Pode ser que no dia seguinte não tenha mais e nunca mais, rsrrsr...

Há de vir!

Traga as suas marcas preferidas das quais não abre mão nem aí no seu país, traga medicamentos de uso e preferência, traga delícias regionais, coisas típicas - isso, nem com a evolução é possível, principalmente pela cultura e tradição alimentar mesmo. Acontece em qualquer parte do mundo.

Reserve em sua bagagem espaço para seus mimos prediletos e calcule quantidades que te atendam por um período mínimo, pelo menos até algum conhecido viajar para Maputo e trazer de lá similares mais coerentes com as suas necessidades.

Venha com todas as vacinas em dia - incluindo tétano, febre tifóide, paralisia infantil, meningite, enfim, todas as recomendadas pelas autoridades sanitárias informadas da região de forte incidência de malária e doenças provenientes de saneamento básico e condições de higiene precários.

Preocupe-se com remédios controlados, anticoncepcionais, vitaminas para crianças, enfim, coisas mais difíceis de se conseguir desse lado do Índico.

Espero ter contribuído, fiquem a vontade para fazer perguntas e sugerir temas, seu comentário é muito bem vindo!

Abraços,
Anna