segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Tete - parte II - O Retorno e as impressões de outra volta de home leave.

"O pulso ainda pulsa
E o corpo ainda é pouco
Ainda pulsa
Ainda é pouco"

Começo com um trecho da música,O pulso, dos Titãs e a seguinte reflexão:

O que um dia me chocou, hoje soa canção de ninar - essa música.

E mais uma vez eu voltei...

Quatro dias em Lisboa para descompressão absoluta do mundo Africano, 10 dias no Brasil e por fim eu já nem me lembrava mais de quanto calor fazia aqui.

Agora cá estou eu, derretendo-me...

Sinto como se tivesse vindo pra Tete congelada, muito bem embalada...
Na escala em Lisboa usava casaco e no avião somei a este um leve cobertor.
Veio Maputo em breve escala - dia chuvoso, clima ameno.
Um vôo de 2h e meia e o inferno era mesmo aqui. 43ºC de cara, sol escaldante, 1hora e tal na fila da ponte a bordo de um carro com motor desligado pra não gastar combustível com o ar condicionado - realidade africana direto na veia como que me passando um overview daquilo tudo que eu fizera questão de deletar da memória, mesmo que temporariamente.
Comecei a descongelar ali mesmo e a minha roupa poderia ser facilmente torcida como se água tivesse caído sobre mim.

Entrar em casa assemelhou-se a entrar numa sauna a vapor sem eucalipto - e olha que tem gente que paga pra entrar nesses troços! Aqui é facim facim... Deixe a porta fechada por 5 minutos e entre, diversão garantida, ops, errei... Desidratação garantida!

Daí em diante, só emoções quentes...

Jet lag dadas as horas de diferença do fuso para uma cabeça que tinha acabado de se acostumar com o horário do Brasil a mais de 40 graus, já imaginou? Se o Ministro Nascimento passasse um dia aqui naquela farda toda pediria pra sair sem sombra de dúvida!

Mas estou firme...

E o pulso ainda pulsa...
E o calor ainda é pouco...
Meus colegas garantiram que na semana passada a coisa teve na casa dos 48°C - imagina a sensação térmica desse negócio! Tá doido!
Nossa!!!
Até suei, só de contar.

No mais, como nada é tão ruim que não possa piorar, efeito colateral negativo ou não do calor, elas, as minhas detestéveis inimigas ingênuas e inofensivas, as lagartixas, resolveram aparecer, quase que em bando, todas, dezenas, dentro de casa, fora de casa, no container, na rua, em todo o canto.

Não sei o que é pior - deparar com uma dessas por cm² ou ouvir das pessoas que as coitadinhas comem mosquitos, equilibram a vida no planeta, são simpáticas, pequenininhas e uma série de outros elogios que só fazem aumentar minha fobia sem razão de ser.

E o pulso ainda pulsa...
Fraquinho mais ainda pulsa!


Qualquer hora posto as belas fotos de Lisboa para dividir com vocês e me lembrar do quanto é importante passar por tudo isto, afinal, a vida é feita (também - nos intervalos) de compensações!E que diferença isso tudo vai fazer daqui 50 anos???

E o corpo, ainda é pouco...

Beijos.