segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Fotos de um Domingo em Tete

O combinado era o tal passeio de barco pelas margens do Rio Zambeze, a bordo de um barcão com infraestrutura de fazer inveja. Comida preparada a bordo e bebida refrigerada subindo o Rio em direção a Boroma, com direito a voltar se o freguês quiser.

Foi a propaganda! E olha que ajudei a espalhar.

Mas a nossa sinceridade na venda do pacote que custava MZN 1000 e incluía o passeio + almoço sem bebidas, dizia da possibilidade de chegarmos no lugar e não ser possível realizarmos o feito, uma vez que ninguém tinha o bendito número de telefone do proprietário para marcarmos com devida antecedência o nosso intento. Acertamos então, como se trata de um bar do mesmo dono do barco e lugar até arrumadinho, que, caso não fosse possível passeramos no barco nos ajeitaríamos por ali mesmo no bar, comendo e bebendo até o dia passar...

Encontramo-nos na bicha da Ponte das 11:30 e antes mesmo de chegarmos os amigos do carro da frente ligaram dando conta de que o Chico´s (nome do bar) estava fechado, inclusive o bar. Coisas de Tete, a parte, seguimos para o Mulambe, do mesmo lado da Ponte, sentido Moatize - local já recomendado outras vezes.

Demos mais sorte dessa vez.

O belo bar e restaurante muitíssimo bem decorado com motivos locais em pau preto, foi talhado num embondeiro muito bonito e é de um charme delicioso. Traz o gingado moçambicano no serviço, na temperatura da cerveja e nos detalhes, mas compensa pelo conjunto e pela possibilidade de um dia tranquilo entre bons amigos e piadas.

Seguem as fotos.

Novo HIT...

Mais um dia e o Machimbombo não passou na hora de atravessar a Ponte.

Lerdou para chegar na bicha (fila) deixou todo mundo passar na frente e quando resolver se apressar era tarde - os espertinhos da vez foram na frente e ficamos pra trás. Conclusão: Mais uma caminhada pela Ponte em obras, parecendo joguinho de video game.

Anda, anda, anda - ôps, um obstáculo! Salta, atravessa, continua pelo outro lado e ôps, um guidaste! Atravessa de novo, salta, dá uma corridinha, abre espaço para um apressado que vem de trás, respira o refresco da Katarina, dá licença de novo, atravessa mais uma vez - cuidado: Uma moto completamente apagada se aproxima. Ufa! Essa foi por pouco. Recomeça, quase perde um coraçãozinho, dá uma paradinha e espera... O que houve? A ponte está tremendo, é um terremoto? Não? É um caminhão atravessando e balançando as estruturas da coitada. Mais um pouquinho, apressa o passo, vai, você consegue, falta apenas passar embaixo dos andaimes cuidadosamente embaraçados à pilastra principal na saída do centro de Tete. Pula o tablado de metal enferrujado e Aleluia! Agora é só esperar o amanhã chegar e fazer tudo de novo!

Hoje, na travessia nossa de quase todo dia, um colega bem humorado sugeriu que reuníssemos músicas de procissão pra cantarmos durante a passagem e soltamos logo um "Segura na mão de Deus"...
Como ele estava avariado do estômago por causa de um frango mal comido ontem no Hotel, calou-se logo e tensionou-se todo pra vencer os mil metros a frente. E nós, engrossando a fila dos filhos de uma ponte que quase caiu, comentamos, o que por sugestão da Fernanda virou este post.

Seu Jorge não podia ter acertado tanto...
Se conhecesse Tete então, teria escrito assim.

"...A saudade é minha dor,
E anda arrasando com o meu coração
Mas não duvide QUE UM DIA EU VOLTE PRO BRASIL
Pra a gente se casar
No cartório ou na igreja

Se você quiser
Se não quiser
Tudo bem
Meu bem

Mas tente compreender
Morando em TETE
Você sabe como é
HOJE A NOITE E A PONTE ENGARRAFOU
ATRAVESSEI A PÉ

Tentei ligar pra você
O SKYPE NÃO FUNCIONAVA
A MCEL tava quebrada
A VODACOM ESCANGALHADA
MAS VOCÊ CRÊ SE QUISER..."

E amanhã tem mais!